Goleiro da Macaca condena atitude contra o lateral-direito Daniel Alves e defende postura mais incisiva: "Se eu percebesse, procuraria o árbitro para parar a partida"
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Goleiro Roberto come banana em solidariedade a Daniel Alves (Foto: Carlos Velardi/ EPTV)
Roberto
não foge da raia. O assunto não precisa envolver necessariamente a
Ponte Preta para o goleiro se posicionar, sempre com firmeza. Ele fala
sobre o que estiver em foco. Nesta segunda-feira, por exemplo, ele
mostrou toda a sua indignação com o episódio de racismo contra o
lateral-direito Daniel Alves, do Barcelona, que no último domingo comeu uma banana atirada pela torcida do Villarreal. O jogador já entrou na sala de imprensa com uma banana na mão, em solidariedade a Dani Alves. O clube, aliás, já havia manifestado o apoio à campanha lançada por Neymar "Somos Todos Macacos", lembrando que a Ponte se orgulha em ser chamada de Macaca, assim como os seus torcedores, que se autointitulam de 'macacos'. Quando o tema entrou em pauta, Roberto, como de costume, foi autêntico e não poupou críticas aos racistas.
- Eu costumo dizer que existem pessoas que pensam com a bunda e sentam com a cabeça. O racista é esse tipo. Eles são a escória da humanidade, o que resta da parte mais podre da sociedade, das pessoas, julgando os outros pela cor, religião, opção sexual. Essas pessoas não são felizes nem consigo e aí querem atingir os outros. Pessoas fracas são assim. Para se acharem fortes, tentam diminuir os outros - afirmou, alertando que o preconceito é algo presente no cotidiano, mas que ganha notoriedade quando atinge alguém público.
Eles (racistas) são a escória da humanidade, o que resta da parte mais podre da
sociedade, das pessoas, julgando os outros pela cor, religião, opção
sexual
Roberto, goleiro da Ponte Preta
Apesar de elogiar a postura de Daniel Alves, Roberto revelou que faria diferente. Se percebesse algum ato de racismo durante um jogo, procuraria parar a partida. Ele ainda lembra que quando era júnior, nas categorias de base do Criciúma, um adversário chamou o árbitro, negro, de macaco. A revolta foi total, e a punição escolhida pelos jogadores dos dois times foi de não passar mais a bola para o agressor verbal.
- Na época de júnior, num jogo, o árbitro era negro, e um atleta do outro time foi reclamar e o chamou de macaco. Partimos para cima do rapaz na hora. O árbitro iria expulsar, mas nós falamos que não precisava e que iríamos resolver aquilo dentro de campo. Eu chamei o capitão do outro time e falei: 'não toca mais a bola para ele. Eu até deixo um jogador do meu time ali parado do lado dele, mas não toca mais para ele'. E assim foi, até ele pedir para ser substituído. O árbitro ficou surpreso e até se emocionou com a nossa iniciativa. Se algo assim acontecesse em um jogo profissional, ia ficar muito mais notório. Se eu percebesse isso num jogo, eu procuraria o árbitro para parar a partida - completou.
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