Representante
do atacante afirma que "pechincha" de R$ 5 mil da direção encerrou
negociações e crê em sucesso do filho no São Paulo
Por Fabricio CrepaldiSão Paulo
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Alan Kardec deve assinar contrato com o Tricolor na quarta (Foto: Ricardo Saibun / Divulgação SantosFC)
O
presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, anunciou a saída de Alan
Kardec do clube nesta segunda-feira. Demonstrando chateação com o
jogador e seu estafe, o dirigente disse que Kardec, acertado com o São
Paulo,
estava no ostracismo
quando chegou do Benfica, de Portugal, no meio do ano passado, e que o Verdão o resgatou.
O
pai e representante do atleta, que tem o mesmo
nome do filho, rebateu as declarações do dirigente e disse que seu filho
não estava esquecido na Europa. Afirmou ainda que, por R$ 5 mil, a
renovação com o Palmeiras não aconteceu.
- Somos muito gratos ao Palmeiras por ter dado a oportunidade. Mas o
ostracismo é o ponto de vista. Ele saiu do Santos como segundo
artilheiro, atrás do Neymar. Saiu como campeão paulista, fazendo dois
gols na final. Quem está em uma condições dessa, não é ostracismo. O
Benfica tem grandes jogadores, que fizeram ele ser preterido. Não
considero isso um ostracismo. Ele poderia ter ido para clubes da Série
A, como o Atlético-PR, mas preferiu jogar no Palmeiras, pela grandeza do
clube - disse, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Alan Kardec pai também abriu os valores da
negociação frustrada com o Palmeiras. Segundo ele, o estopim para ouvir
outras propostas foi quando ficou acertado que o atleta receberia R$ 220
mil, mais ganhos por produtividade, mas, após consulta a Nobre, o clube
tentou diminuir em R$ 5 mil os vencimentos fixos do camisa 14.
- Se tem o culpado, sou eu. Fui eu que declarei na
imprensa que estava aberto a propostas, só que eu só vi isso dois
meses após estarmos exaustivamente fechando com o Palmeiras. Quando
reunimos e falamos em R$ 230 mil, eles falaram em R$ 210 mil. Aí alguém
falou que nem R$ 230 mil, nem R$ 210 mil, é R$ 220 mil. Na hora, eu respondi
que fechava. Cedemos mais uma vez (o pedido inicial era R$ 270 mil). No
dia seguinte, voltaram com R$ 215 mil, eu me irritei e declarei para quem
quisesse ouvir que eu estava aberto a ouvir propostas. Eu disse que ele
estava à venda, o responsável sou eu - explicou.
- Se eu peço R$ 230 mil, depois de muita negociação,
você oferece R$ 210 mil. Existe um impasse, você pergunta se eu topo R$
220 mil e volta com R$ 215 mil, eu me aborreço e não aceito isso. Quem
está errado na história? Isso é fazer tudo para segurar? Nobre me disse
no sábado que faria qualquer negócio, e eu disse que não era dinheiro que
significava mais. A minha palavra estava em jogo. Os clubes só
aceitaram oferecer ao Benfica se eu desse minha palavra. Eu dei minha
palavra (ao São Paulo). Eu disse que não voltava atrás na minha palavra, com o coração
em pedaços, pela oportunidade que tivemos no Palmeiras - contou.
Outro fator que aborreceu Kardec e seus
representantes foi com relação ao prêmio pela assinatura (luvas). Segundo o pai,
primeiro o clube ofereceu 60% do valor desejado, para ser pago nos
cinco anos de contrato. Após reclamação, a diretoria aceitou pagar em
três anos e ainda tentou diminuir o valor, para 50% do valor pretendido pelo jogador.
Por fim, o pai do atacante lamentou a saída do Palmeiras, mas acredita no sucesso do filho no São Paulo.
-
Quando você faz as coisas de forma limpa e honesta, transparente, não
há porque haver arrependimento. Se eu fico triste porque saiu? Respondo
do fundo do coração, que até chorar eu chorei. Quando eu vi que ele não
ficaria, eu chorei, fiquei muito triste. Confirmando se ele é do São Paulo,
tenho de ficar feliz, porque é um clube grande, tradicional, onde ele vai ter chance de brilhar também. Estou triste pela
saída do Palmeiras. Mas acho que ele vai fazer muitos gols no São
Paulo e vai conquistar a torcida - completou.
Alan Kardec já tem tudo acertado com o São Paulo.
Ele deve fazer exames na próxima quarta-feira e assinar contrato.